sábado, 19 de julho de 2014

O INCRÍVEL LEITOR


 
Decidi iniciar essa postagem com a seguinte indagação; o que é um leitor, o que realmente faz uma pessoa ser considerada uma leitora?

Na verdade há dois tipos de leitores; os esporádicos e os assíduos. Ou melhor, aquele que ler eventualmente e aquele que ler freneticamente, não que um seja melhor que o outro, apenas a paixão por tal oficio os diferenciam! Sim, eu disse oficio, porque ler também é um oficio. Se você é daquele que costuma ler uma vez ou outra, ou que só gosta de ler certos assuntos do momento ou somente aquilo que lhe interessa, pode se considerar um leitor esporádico. Mas um leitor mesmo ele sendo esporádico não quer dizer que não seja um leitor, eventualmente, mas é um leitor. Mesmo que nunca compreenderá a avidez de um leitor sequioso por suas leituras diárias e frenéticas!


Agora caro leitor, se você é daquele que ler tudo que cai em suas mãos ou tudo que está em sua volta, inequivocamente considere-se um leitor apaixonado, ou melhor, um leitor assíduo. Pois um leitor assíduo ler tanto o que gosta como tudo o que está em volta dele. Mas claro, sempre garimpando sua leitura. Esse tipo de leitor é um devorador das palavras, um faminto de saber, um apaixonado da leitura, um consciente ignorante por conhecer, ou um mero aprendiz das letras. O leitor assíduo não ler por ler, mas por sede de saber, aprender e compreender. Esse leitor sedento e enérgico em seu ritual matutino, vespertino ou noturno, sempre em busca de um prazer indescritível, tal prazer que só um leitor análogo o compreenderá!


Mas convenhamos caro leitor, que ainda existe um terceiro modo de leitura, da qual poucos estão familiarizados; aquela leitura minuciosa, atenta, compenetrada, de estilo hermético ou investigativo, onde alguns autores deixam lacunas entre linhas para que um leitor mais experiente e ávido possa encontrá-las. 


Entretanto, isso é necessário e imprescindível para tornar-se num incrível leitor!

quinta-feira, 17 de julho de 2014

DOIS IRMÃOS



Esse livro narra a história de dois irmãos gêmeos de temperamentos completamente diferentes e seu drama familiar, como são construída as relações de identidade e a realidade de uma família em crise.


Os dois irmãos gêmeos – Yaqub e Omar – são o enredo central da história, no qual é narrado suas relações com a mãe, o pai e a irmã caçula. Além do drama familiar moram na mesma casa Domingas, a empregada patriarcal da família e seu filho. Já o dito filho da empregada é o narrador de toda a história, ele narra a difícil realidade da convivência muitos anos depois, e os dramas que testemunhou calado por todo esse tempo. Ao tentar encontrar a identidade de seu pai dentre os homens da velha casa, ele também tenta reconstruir o passado despedaçado, ora como testemunha, ora como ouvinte.


Feito um exímio observador desprezível, o narrador nos mostra personagens que se entregam ao incesto, às intrigas, à vingança e à paixão descomedida. Entretanto, ainda nos é mostrado o lugar pelo qual a família ocupa na cidade de Manaus, as metáforas da decadência, a passagem do tempo e tragédia familiar!


O autor se utiliza do artifício da nostalgia para contar essa magnífica história de relações e intrigas, na qual acabamos nos encontrando em algum dos personagens.


Dois irmãos, Prêmio Jabuti 2001 de Melhor Romance.